quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tudo pelo futebol


TUDO PELO FUTEBOL:O MOVIMENTO EM TORNO DA COPA REPRESENTA UMA VÁLVULA DE ESCAPE, A TRADIÇÃO QUE NÃO PODE ACABAR OU É SÓ COMÉRCIO? O futebol brasileiro sempre foi referência no mundo. E não é para menos. Num país mergulhado em abismos sociais, assolado pela precariedade da educação, saúde e outras tantas mazelas, o brasileiro vê nesse esporte um dos raros motivos de orgulho nacional. Não há patriotismo verde-e-amrelo sem o futebol. Essa imagem romântica que o Brasil ganhou diante do mundo, e de si mesmo, se construiu principalmente até a década de 70, quando a Seleção garantiu, misturando futebol com arte e ousadia, o tricampeonato mundial. De lá para cá, no entanto, perdeu-se quase toda a arte. Pouco ou quase nada sobrou de ousadia, e o País corre o risco de o “Futebol” – o princípio de tudo - cair também em extinção. Isso porque os maiores craques brasileiros são como ouro nos tempos da colônia. Mesmo antes de serem encontrados, já têm destino certo: a garganta europeia! Foi isso o que afirmou, em outras palavras, a revista britânica The Economist: “O sucesso das exportações de jogadores brasileiros reflete a decadência doméstica. Sem gestão profissional, os clubes brasileiros não conseguem competir com os salários oferecidos pelos de outros países. Por isso mesmo, existem aos montes jogadores gabaritados que sonham em defender clubes indonésios, vietnamitas, indianos e Islandeses. Resultado: falta de público nos estádios brasileiros, enfraquecimento das marcas dos grandes clubes e a disseminação de brucutus em campo”. Diante desse mercado capitalista-esportivo, nossos jogadores de ouro mal se revelam aqui e já partem para enriquecer (e se enriquecerem) lá fora. A única diferença é que, hoje, esses “escravos da bola” suplicam para serem comercializados e não querem nem imaginar um possível ressurgimento de uma nova Princesa Isabel.

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