domingo, 27 de setembro de 2009

Uso ilegal do espaço público


Uso ilegal do espaço público
As relações entre as “Organizações Globo” e o poder público, desde a fundação da empresa até hoje, já renderam muito ao império dos Marinho. O uso irregular de espaços públicos virou prática comum na “Rede Globo de Televisão”. Na cidade de São Paulo, metrópole carente de praças, parques e espaços de lazer, um terreno de quase 12 mil metros quadrados numa área nobre da cidade, avaliado em R$ 11,5 milhões, é uma espécie de quintal da “Globo”. O terreno público ao lado do prédio da empresa, na zona sul da capital, foi cercado há 11 anos. Com bosque e pista de cooper, o uso do espaço é restrito aos funcionários da empresa. Um segurança da emissora, entrevistado pelos repórteres da “TV Record”, que foram impedidos de entrar na praça, confirma: só funcionários dos Marinho têm acesso ao local. Depois das denúncias da “Record”, o Governo do Estado resolveu tomar providências. Decretou que a Secretaria de Desenvolvimento vai cuidar do terreno e deve construir ali uma Escola Técnica Estadual (Etec). Os paulistanos agradecem. No Rio de Janeiro, o Estádio de Remo da Lagoa, na zona sul, pode virar uma produtora de vídeo explorada por uma empresa ligada à família Marinho. Há 12 anos, Alessandro Zelesco, presidente da Federação de Remo do estado, denuncia irregularidades na cessão da área. A fiadora da Glen Entertainments é Paula Marinho de Azevedo, neta de Roberto Marinho, fundador da “TV Globo”. “Existe um acordo que autoriza o uso da área como estúdio”, afirmou Zelesco à “TV Record”. Se esse contrato, que define um prazo de concessão de 10 anos, não for anulado, o Estádio será privatizado. Na zona oeste do Rio, outra denúnica grave de irregularidade imobiliária contra os Marinho: um terreno de 200 mil metros quadrados, de frente para o mar, no Recreio dos Bandeirantes, teria sido ocupado por dois filhos de Roberto. O espaço, que está numa área de proteção ambiental, foi comprado por uma mulher, em 1929. Desde 2002, os herdeiros dela lutam para retomar a propriedade, que nunca foi vendida, mas invadida. Os irmãos Marinho usaram a Dermesil Comércio, Administração e Participação – empresa fantasma – para transferir o terreno para a São Marcos Empreendimentos, que pertencia aos filhos de Roberto Marinho.Outro terreno, no sul de Minas, está no centro de uma briga judicial que envolve a “TV Globo”, a Prefeitura de Camanducaia e uma família que viu ruir a empresa que construiu com muito esforço. João Godoy, na década de 60, comprou a Remitel, uma retransmissora de tevê. A empresa, além de levar ao sul de Minas os sinais das emissoras “Record” e “Bandeirantes”, comprou um terreno na Pedra de São Domingos, um dos pontos mais altos da região. Durante quase 30 anos, a família investiu e trabalhou na Remitel. Em 1999, entretanto, a empresa foi expulsa do imóvel pela Prefeitura de Camanducaia, que doou o espaço à “TV Sul de Minas Ltda.”, hoje “EPTV”, implantada pela “Rede Globo” e alguns empresários paulistas. No contrato, a “EPTV” poderia usar, por 20 anos, o terreno cedido “em comodato” para a instalação de equipamentos e retransmissão de sinal. O processo de reintegração de posse ainda não foi concluído. Em maio do ano passado, Godoy, que investiu a vida toda na Remitel, morreu pobre, num leito de hospital público. Bruno Godoy, o neto, está indigado.

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