sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Fama Mata mais que Drogas


Em entrevista concedida à BBC, no final de outubro, o guitarrista dos Rollings Stones Keith Richard fez uma declaração, no mínimo, polêmica, ao afirmar que "a fama mata mais que as drogas". Como exemplo, o músico citou o próprio vocalista da banda, Mick Jagger, e disse que viu "muita gente boa" se perder no mundo das celebridades, principalmente no decorrer dos anos 1980. Para completar a polêmica, o guitarrista ainda confessou que só não foi "consumido" pelo estrelato da carreira por causa da heroína. "De uma forma estranha, a heroína e outras drogas me ajudaram a manter os meus pés na sarjeta, não só no chão", ironizou. Keith Richard disse, ainda, que os roqueiros britânicos do início da década de 60 eram ingênuos no que diz respeito a drogas. "Eles chegavam nos shows e tinham um visual tão perfeito e correto. E tinham feito a mesma viagem que nós, que entrávamos nos arrastando. E isso com menos de 20 anos. O segredo [deles] era um coquetel de pílulas e fumo. Essa era a única forma de você fazer dois shows em um mesmo dia em lugares distantes 500 milhas”.A história da música norte-americana, no entanto, contesta a "teoria" defendida por Keith Richard. Um dos casos mais conhecidos é o do também guitarrista Jimi Hendrix, que em 1970 e com apenas 27 anos de idade, morreu sufocado em seu próprio vômito. A causa para o incidente, no entanto, teria sido overdose. Outros acreditam mesmo que a morte de Hendrix tenha sido provocada pelo abuso de comprimidos para dormir. Kurt Cobain, também aos 27 anos, suicidou-se no ápice da fama com um tiro de espingarda na cabeça. O corpo foi encontrado por um eletricista, que arrombou a janela do músico após desconfiar que houvesse alguma coisa de errado. Ao lado do cadáver foi encontrada uma carta, escrita com tinta vermelha, endereçada para a mulher e a para filha. Uma quantidade muito grande de heroína estava sobre o corpo do jovem roqueiro. Em todos esses casos, e em inúmeros outros, o que se vê são as drogas colaborando diretamente para colocar um ponto final na vida desses artistas, e não ajudando a resgatá-la. Keith Richard, portanto, pode ser um astro da música, mas se mostra um legítimo ingênuo na arte de formular teorias em prol da vida.

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