terça-feira, 19 de outubro de 2010

Traumas do amor



Quem nunca viveu um amor platônico e, mesmo assim, lutou com todas as forças e sofreu solitariamente pelo inalcançável amor? Quem nunca se deixou levar por um relacionamento absolutamente impossível e infrutífero? Nessas horas, dizem que o amor é cego, ou que a pessoa apaixonada perde por completo a razão. Mas será que, por mais conflituosa que possa parecer a situação, não resta outro caminho que não seja o da frustração de um sonho impossível? Afinal, a quem dar ouvidos? À razão ou à emoção?
Esses são dois conceitos complementares e que, portanto, não devem ser administrados ou sentidos de forma individualizada. Logicamente, algumas pessoas deixam mais à mostra um lado do que outro, o que, de acordo com os psicanalistas, está longe de ser uma qualidade. A emoção pede a você que se entregue a um amor descabido. Mas aí vem a lógica e lhe avisa que agir assim não será bom, e ouvi-la pode evitar o sofrimento.
O mecanismo é muito parecido com o empregado na hora de atravessar uma rua movimentada. Se você está com pressa, a emoção pede que se atravesse no meio dos carros, a fim de atingir o outro lado da rua o mais rápido possível, afinal, essa é a primeira e mais instigante vontade que surge. Ao mesmo tempo, a razão entra em ação. E é partir dela que iremos calcular a velocidade desenvolvida pelos carros e por nós mesmos, para saber se a travessia será segura ou trará prejuízos a nossa integridade física. Só a partir da ponderação dessas duas análises é que a decisão será tomada.
Com o coração acontece a mesma coisa. É preciso avaliar os riscos, pois nem sempre atravessar a rua das emoções é garantia de chegar ao outro lado a salvo. Mas como o amor tem razões que a própria razão desconhece, não raro ele pode surpreender mesmo quando não é administrado sob os conselhos da lógica. Então, acontece de aquele sentimento platônico deixar a filosofia de lado e se transformar numa intensa e agradável realidade. Destino? Sorte? Persistência? Nessas horas, quem se atreve a explicar o que nem mesmo o amor explica?

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