domingo, 31 de outubro de 2010

Menos de 21


Menos de 21:dinheiro e fama cedo demais são sinônimos de sonhos realizados ou frustrados? A maioria tem menos de sete anos. Outros nem sequer completaram o primeiro ano de vida. Nesse meio, os que entraram na casa dos 20 já são considerados anciãos. Em comum, além da pouca idade, é que todos eles já conquistaram fama e um bom dinheiro. Tudo graças à superexposição na mídia! De qualquer forma, ser um artista-mirim é prova de reconhecimento e talento precoces, além do mais, produz verdadeiros pais-babões, que se derretem de orgulho ao ver o filho na telinha, mesmo que o que eles façam seja apenas engatinhar, como qualquer outro bebê daquela idade. Mas, afinal, expor crianças através da telinha da TV e lhes atribuir tarefas e compromissos próprios dos adultos é saudável? Não de acordo com a quase totalidade dos especialistas. “Revestir uma pessoa de fama precoce é correr o risco de destruí-la”, eles afirmam. “A superexposição é muito complicada mesmo para os adultos. Nesse mundo, é preciso estar preparado para tudo, principalmente para a derrota e o sentimento de perda. Nenhuma criança é capaz de administrar esses sentimentos adequadamente”. Os principais nomes da educação brasileira acreditam que família e escola deveriam educar seus alunos para lidar muito mais com as perdas do que com a vitória. Afinal, não são apenas pessoas que morrem, mas também sonhos, projetos e possibilidades. A mídia também. Ela deveria ser diferente e dar destaque a pessoas altruístas. Contudo, como esperar que se enfatize a solidariedade num mundo regido pela competitividade? Como falar de modéstia em tempos de exibicionismo? Como valorizar a partilha se tudo gira em torno da lógica da acumulação? Lançar uma criança de imediato no mundo competitivo da fama é alterar o rumo natural de formação do caráter dela. Pela lógica, primeiro é preciso que as crianças absorvam valores essenciais em conjunto com a educação, como dignidade, ética, e respeito ao próximo. Só depois, quando esses conceitos básicos estiverem plenamente fixados, é que a criança poderá entrar sadia e responsavelmente para o mundo da competitividade. Se esses passos não forem obedecidos, teremos, futuramente, uma sociedade assentada sobre as bases do “vale-tudo”, do “cada um por si”, do “jeitinho”, do “eu”. Assistiremos à fabricação de cidadãos-robo, que relativizam todos os valores e carnavalizam até a tragédia humana. Tudo muito parecido com o que assistimos hoje pela TV.

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