segunda-feira, 7 de junho de 2010

Doenças letais



Doenças letais
Por Andrea Dip andrea.dip@folhauniversal.com.br Conheça as doenças que mais matam os brasileiros e saiba como escapar delas. Silenciosas e sorrateiras, muitas não provocam nenhum sintoma A atriz norte-americana Brittany Murphy, de 32 anos, sofreu recentemente uma parada cardíaca e morreu no caminho para o hospital. Muito se especulou sobre o uso de drogas e álcool e ainda sobre a possibilidade de ela estar viciada em remédios, mas a perícia comprovou que não havia nada em seu sangue além de analgésicos, antigripais e medicamentos utilizados em inalações. Mortes prematuras por doenças cardiovasculares sempre causam surpresa, desconfiança e sensação de que há algo escondido no diagnóstico. Mas são muito mais comuns do que se imagina. No Brasil as doenças do aparelho circulatório, como as que atingem o coração, estão no topo da lista das que mais matam: cerca de 300 mil óbitos por ano, segundo o ministério da Saúde. Entre elas, as mais comuns são o enfarte agudo do miocárdio, doenças cerebrovasculares (como o acidente vascular cerebral) e doenças hipertensivas. A dentista Ana Maria Esteves perdeu a avó materna e o avô paterno por problemas no coração. Ela conta que o avô morreu de forma inesperada com menos de 60 anos: “Ele estava assistindo a uma luta livre na televisão de madrugada e morreu de enfarte fulminante. Minha avó estava dormindo e percebeu que ele ainda não estava na cama. Quando chegou à sala, ele já tinha falecido. Ninguém sabia que ele tinha problemas no coração. Naquela época as coisas eram diferentes”, lembra. Já no caso da avó materna, Ana conta que foi mais sofrido. “Ela já veio de Portugal com problemas no coração. Tinha angina (dor no peito provocada pela diminuição de sangue no músculo cardíaco). Lembro que ela não podia ficar sozinha nem ter emoções fortes. Isso me marcou muito. Ela tinha muita dor, passava mal com frequência.” Ana diz que, vendo o sofrimento da mãe, o tio reuniu a família e juntos resolveram deixar que ela fosse submetida a uma cirurgia no coração, que ainda era novidade no País na década de 70. “Ela resistiu à cirurgia, mas acabou morrendo ainda no hospital por complicações posteriores”, lembra. Apesar do histórico familiar e mesmo tendo realizado alguns exames para ver como anda seu coração, a dentista afirma que não se preocupa muito. “Fico mais preocupada com a minha mãe, que tem pressão alta, e com a minha filha, que tem taquicardia frequentemente. Nos meus exames nunca apareceu nada grave.”Para Roberto Rocha Giraldez, cardiologista do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, o anormal não é que pessoas morram do coração e sim a idade das vítimas: “Pessoas morrem no mundo todo por problemas do coração e isso não é necessariamente uma falha no sistema de saúde ou algo maléfico. As pessoas deixam de morrer por violência e morrem do coração. O que é errado é jovens morrerem do coração aos 30 ou 40 anos. E isso está extremamente ligado ao estilo de vida”, explica. “Conheci um homem que trabalhava em um banco, ficava sentado o dia inteiro e engordou 50 quilos. Há mais exigência no trabalho, o que faz as pessoas terem menos tempo para se exercitar.” Giraldez explica que, além dos maus hábitos alimentares, o cigarro e o sedentarismo, outros fatores como a genética e casos de colesterol alto, hipertensão e diabete na família são fatores decisivos. “Uma pessoa de 30 anos que fuma não sente nada. Acha que não precisa parar. Mas quando chega aos 40, 50, não consegue mais se livrar do vício e os riscos aumentam”, adverte o cardiologista. Ele recomenda que jovens a partir dos 20 anos, principalmente os que têm casos na família com alguma das características citadas, procurem o médico para prevenção. E diz que levar a sério as recomendações médicas é essencial: “Entre ouvir o médico e seguir as recomendações há uma grande diferença. E não adianta pensar que hoje a medicina está avançada e que ninguém morre mais de enfarte, por exemplo. A maioria das pessoas morre inclusive antes de chegar ao hospital”, conclui. A lista das maiores causas de mortes no País tem dez itens. Entre eles há acidentes automobilísticos e violência. Mas também há doenças silenciosas e enfermidades das vias respiratórias inferiores. Veja nas fichas ao longo desta matéria as características dos males mais sorrateiros que vêm tirando a vida de milhares de brasileiros.


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