quinta-feira, 10 de junho de 2010

Doenças do movimento



Doença do movimento
Por Guilherme Bryan guilherme.bryan@folhauniversal.com.br A sensação de que o ambiente se move mesmo com o corpo parado é bastante comum e é chamada popularmente de tontura. Quando ela se passa em veículos em movimento, porém, é denominada cinetose, mais conhecida como doença do enjoo do movimento, que atinge 2,2% da população mundial. Muitas crianças nascem com essa hipersensibilidade do labirinto (parte do ouvido responsável pelo equilíbrio) aos movimentos e, em alguns casos, o problema pode permanecer quando crescem. Acredita-se que entre 60% e 80% das crianças com cinetose se tornam adultos com alguma forma de enxaqueca, uma vez que suspeita-se que os mesmos mecanismos provoquem as duas doenças. “Os sistemas visual (que caracteriza fisicamente o ambiente), vestibular (responsável pela detecção do movimento e posição da cabeça) e proprioceptivo (que detecta o posicionamento das várias partes do corpo entre si e sua relação com o entorno) enviam informações para o sistema nervoso, que os reúne para montar um mapa tridimensional do lugar onde a pessoa se encontra. Porém, quando um desses sistemas começa a informar de maneira conflituosa em relação aos demais, em função de um movimento ou de um estímulo visual, provoca uma falsa sensação de movimento, que poderá levar à cinetose”, explica Fernando Freitas Ganança, professor do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal de São Paulo. O resultado é sensação de mal-estar, tontura, náusea, vômito, sudorese, palidez, prostração, sensibilidade à luz e até visão fora de foco. As mensagens sensoriais contraditórias são provocadas, por exemplo, quando, durante uma viagem de carro ou ônibus, a pessoa lê ou joga videogame, pois, enquanto os olhos ficam fixos em um objeto, o corpo continua se movimentando e o labirinto detecta essa movimentação. Mas a cinetose pode ser provocada também durante um voo ou por brinquedos de parque de diversões, desde um simples gira-gira até uma montanha-russa ou um carrossel. “A cinetose pode ser tratada por meio da reabilitação vestibular, ou seja, exercícios de olhos, cabeça e corpo que estimulem a integração das informações oriundas dos três sistemas envolvidos no equilíbrio corporal e os deixam mais adaptados a determinados movimentos que antes causavam a cinetose”, alerta Ganança. É possível tratá-la também por meio de medicamentos como o dimenidrato, geralmente disponível em navios e aviões, mas que devem ser usados com recomendação médica. Amenize os sintomas Aprenda como diminuir o problema durante uma viagem •Sente-se em local com superfície macia, em que, no início, o movimento é pouco notado. Em aviões, prefira o assento no corredor, próximo a uma das asas da aeronave e, no carro, o banco dianteiro é o mais indicado. Em barcos e navios fique na parte mais central, onde a embarcação oscila menos. • Evite movimentos repentinos com a cabeça. • Foque um ponto fixo longe do veículo, pois isso fará com que os olhos vejam que se está em movimento, diminuindo a sensação de tontura. • Prefira dirigir, pois os motoristas ficam mais atentos com a movimentação do veículo e tem menor probabilidade de apresentar os sintomas da cinetose. • Escolha um assento que o permita ver a direção na qual está viajando. • Evite ingerir comidas de odores fortes ou muito pesadas antes ou durante a viagem. • Fique longe da fumaça de outros veículos e de cigarro. • Evite bebidas alcoólicas antes e durante o trajeto.

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