domingo, 1 de junho de 2014

E se a sua mãe fosse a vítima?

1500 pessoas são estupradas por dia no Brasil, estima o Ipea. Em 2013, foram cerca de 527 mil casos














Imagine a cena: sua mãe está dentro de um trem lotado quando um desconhecido começa a esfregar a genitália no corpo dela. Sua mãe tenta se afastar, mas não há muito espaço. Quando ela vai pedir socorro, o desconhecido a ameaça e continua o abuso. Ele ejacula na roupa de sua mãe. Assustada, ela consegue se desvencilhar do agressor e desce do vagão.
A história descrita acima parece ficção, mas é bem real. Agressões sexuais são cada vez mais frequentes dentro do transporte público. Em São Paulo, pelo menos 27 pessoas foram detidas neste ano acusadas de abusar sexualmente de passageiros dentro de trens da CPTM e do Metrô de São Paulo. Os dados são da Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom).
Os molestadores se aproveitam do excesso de pessoas para se misturar à multidão e cometer ataques conhecidos como “encoxamento”. Os abusos incluem roçar o corpo no de outras pessoas; fazer filmagens indiscretas para colocar na internet; passar a mão em seios, nádegas e coxas; expor o órgão sexual em público; fazer comentários libidinosos; ameaçar e cometer violência. A maioria das vítimas é mulher. No entanto, a Delpom também investiga grupos em redes sociais em que há mulheres que se oferecem para serem “encoxadas”, enquanto os “encoxadores” avaliam as candidatas.
Um dos homens presos em São Paulo justificou a agressão com uma desculpa esfarrapada: ele disse que o trem estava cheio e por isso “não aguentou”. Outro detido foi ainda mais longe e disse que a vítima estaria gostando da situação. Será mesmo que uma mulher gosta de ser violentada?
De quem é a culpa?
Pode parecer absurdo, mas muitos brasileiros – e brasileiras – ainda dizem que a mulher tem culpa em casos de violência sexual. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que 65,1% das pessoas ouvidas acreditam que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Ao todo, 58,5% dos entrevistados também acham que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. A maioria dos 3.810 entrevistados era mulher.
Agora, leitor, vamos voltar ao início deste texto. Responda rápido: a sua mãe teve culpa por ter sido agredida? É claro que não. Isso é o mesmo que dizer que a vítima de um ladrão pediu para ser assaltada ao usar um relógio. As roupas da mulher não são motivo para agressão sexual. Na Índia, por exemplo, onde as mulheres vestem muito mais panos do que as brasileiras, a cultura do estupro faz milhares de vítimas todos os anos. Além disso, se pouca roupa fosse convite ao estupro, as praias seriam os lugares mais perigosos do planeta, não é mesmo?
Colocar a culpa na mulher é atitude de quem ainda se apoia em crendice popular. Os anos mudaram, mas há pessoas que insistem em viver no tempo em que a mulher era criada para ser uma espécie de objeto do homem. Infelizmente, a pesquisa do Ipea comprova que essa opinião não é apenas da ala masculina: as brasileiras do século 21 também ajudam a transmitir a ideia de que o homem tem domínio sobre o corpo feminino. Logo, se existem mulheres que aceitam ser tratadas como pedaço de carne, a desvalorização feminina tende a se perpetuar. Para reverter esse quadro, elas precisam admitir a importância de rever a própria imagem.
A imagem da mulher













Nem todos os homens costumam se esfregar em passageiras no transporte público. Mas muitos ainda desrespeitam a própria esposa com insultos, tapas e agressões sexuais. A opressão contra as mulheres também ocorre quando o homem acredita que tem o direito de decidir o destino de filhas, mães e esposas. A violência de gênero é tão grave que deixa ao menos 15 mulheres mortas por dia no Brasil, segundo o Ipea.
Até a cantada é uma forma disfarçada de desvalorizar a mulher. O “fiu-fiu” incomoda e amedronta: 83% das mulheres brasileiras não gostam de ouvir cantadas, diz levantamento feito pela jornalista Karin Hueck. E o pior: 81% das mulheres já deixaram de ir a algum lugar por medo de assédio.
Colocar a culpa na mulher é uma forma covarde de não assumir os próprios atos. Para que a nossa sociedade possa se desenvolver, cada brasileiro precisa ter coragem de abrir a cabeça e mudar o pensamento. Usar a razão em vez da emoção é um bom começo. Isso também vale para as brasileiras, que precisam abandonar preconceitos, denunciar abusos e ajudar a passar os valores de uma sociedade de direitos iguais para as crianças.
Do impulso à doença
O ato de roçar o próprio corpo em pessoas desconhecidas pode indicar doença. É o que explica o psicólogo especialista em sexualidade Oswaldo Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade. “O ‘não conseguir se segurar’ implica em impulsividade patológica. O controle sobre as emoções é uma necessidade para a vida em sociedade. E controlar o impulso de invadir a privacidade do outro é parte disto”, afirma.
O especialista alerta que essas pessoas devem procurar ajuda para tratar o problema antes que cometam crimes. “Esses homens creem que o que fazem produz prazer para as vítimas. Inventam essas histórias a partir de crenças que vivem, sem comprovação real ou externa”, diz.
Punição
Doença, safadeza ou falta de respeito, não importa: esfregar-se em outra pessoa sem consentimento é, no mínimo, uma contravenção penal. Se o “encoxamento” vier acompanhado de ato obsceno em lugar público, como a masturbação, ele pode ser configurado como crime de ultraje público ao pudor. Segundo a doutora em Direito Penal Alice Bianchini, a agressão também pode ser registrada como estupro. Nesse caso, o crime é hediondo, com pena de prisão que varia entre seis e dez anos. “O estupro ocorre quando a vítima é forçada a fazer alguma ação que tenha conotação sexual, mediante violência ou grave ameaça. Quando a conduta de “encoxamento” é praticada contra menores de 14 anos ocorre estupro de vulnerável”, analisa.
Para a especialista, a solução para os ataques está na educação e em campanhas de conscientização. Vítimas e testemunhas precisam denunciar agressores e registrar boletins de ocorrência. “É importante que pais, irmãos, educadores, amigos e mídia conversem sobre esses fatos. É a educação voltada para o respeito pelos direitos das mulheres que fará a diferença”, conclui Alice.
Em São Paulo, a Delpom investiga crimes no transporte público. Policiais civis circulam à paisana nos trens para flagrar abusadores e seguranças do Metrô e da CPTM colaboram na investigação.
O exemplo de Londres













Assédio sexual em transporte público não é exclusividade do Brasil. Para enfrentar o problema, alguns países decidiram tomar uma atitude controversa. Em vez de mudar a mentalidade da população, Japão, Filipinas, Rússia, Índia e México criaram vagões exclusivos para mulheres. Mas, quando essas mulheres saem do espaço reservado, quem garante sua segurança? Desde 2006, metrôs e trens do Rio de Janeiro possuem vagões só para mulheres, embora a regra seja desrespeitada por usuários. Belo Horizonte, São Paulo e Recife também discutem a criação de espaços só para mulheres no transporte público.
Londres, no entanto, não optou por enclausurar as mulheres. A cidade europeia tomou uma atitude inteligente e decidiu conscientizar a população através da campanha “Project Guardian”, lançada em 2013. O projeto foi lançado depois de uma pesquisa concluir que 15% das meninas e mulheres usuárias do metrô já tinham vivenciado algum abuso, mas 90% delas não prestaram queixa. O plano incluiu treinamento de policiais e distribuição de cartazes e propagandas sobre a importância de denunciar. O resultado apareceu em poucos meses: entre abril e agosto do ano passado, os casos de detenções em consequência de abusos sexuais no metrô aumentaram 32%.
Valorização da mulher
Aprender a se valorizar é o primeiro passo para mulheres que desejam uma transformação. Afinal, se a própria mulher tem uma imagem distorcida de si mesma e não se valoriza, ela acaba reproduzindo comportamentos errados e reforçando estereótipos. O próximo dia 19 é uma oportunidade para mulheres que ainda desconhecem a sua importância para a sociedade: o Dia Universal da Mulher vai contar com uma palestra esclarecedora sobre o tema. (leia mais no Caderno Mulher, totalmente dedicado ao evento).
Denuncie!
Ajude a acabar com os abusos sexuais contra mulheres. Se você foi vítima ou presenciou um ataque, não se cale:
180
é o telefone gratuito da Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas por dia, em todo o Brasil
Delegacia da Mulher



UNIVERSAL NA
FUNDAÇÃO CASA







Nesta última terça-feira dia 11/02/14, voluntários da Igreja Universal do Reino de Deus ,  estiveram presentes da Unidade da Fundação Casa foi realizando  batismo nas águas , levaram uma noite que vai ficar gravado em muitos corações, para realizar o batismo nas Águas esteve presente o  Pastor Geraldo Vilhena Coordenador Estadual de Evangelização nas unidades da Fundação Casa, que fez orações de libertação, para que houvesse uma transformação na vida de cada adolescente, após a oração de libertação explicou sobre o batismo nas águas, a importância de nascer de novo,de sepultar a velha criatura,  de levar uma vida reta longe das más amizades e das drogas, Após a palavra os adolescentes foram levados para se batizarem nas águas, o Pastor orientou a todos e perguntou, se estavam cientes do passo que eles iriam dar, um passo rumo a salvação, disse que no decorrer da vida, eles poderiam até cair um dia, mais não poderiam ficar caidos, da mesma forma, em que Jesus no caminho do cálvario caiu várias vezes, mais não ficou caído, levantou-se  e proseguiu para o destino.   e todos foram batizados, em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. É ao total foram batizados seis jovens, na medida em que cada um desciam as águas subiam radiantes de alegria. Embora a sociedade em si não acredite, na recuperação desses jovens, A IURD acredita e realiza este trabalho que tem salvado muitas almas.  Para finalizar os funcionários agradeceram a nossa presença e relataram uma mudança após o trabalho que vem sendo realizado na Fundação Casa, e a mudança é notória foi vista através do batismo nas águas.

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