domingo, 17 de março de 2013

FUI A SENSAÇÃO DA FESTA.























Todo mundo me achava o máximo do máximo. Minha popularidade aumentou ainda mais. Roupas extremamente curtas e coloridas. Cabelos esvoaçantes e maquiagem forte. No dia da festa, coloquei um tomara-que-caia branco e a minissaia jeans com um sapato de salto laranja. Deslumbrante Clara... Esta era eu.

Bebia, fumava... Bebia novamente e fumava mais ainda.

A música alta me convidava a dançar sem parar. Todo tipo de bebida, à vontade, à disposição de todos.

Meu show então começou.

Subi em uma mesa redonda e dancei muito. Sempre amei dança, era uma das minhas paixões.

Depois disso, só me lembro de acordar na cama do sótão com André ao meu lado. O dia já havia raiado.

Acordamos juntos. Olhamos um para o outro e rimos muito.

– Que noite boa, nunca dancei tanto...

– Você animou a festa toda, Clara. Foi a sensação da casa.

– Estou com fome, vamos tomar café em algum lugar?

– Eu também estou. Aqui perto tem uma casa de chá muito legal. Vou te levar lá.

Andamos de mãos dadas até a casa de chá. Um ambiente muito calmo. Meus trajes não eram dos melhores, afinal não trocara de roupa. Meus cabelos estavam despenteados, por isso fiz um coque básico. Minha meia havia desfiado, enfim, eu estava um horror rsrs.

Pedi café forte e pão. André, vodca.

– Meu filho, não vendemos bebidas alcoólicas – disse uma simpática senhora usando avental branco. Ela lembrava a minha mãe: calma e serena. Fazia dias que eu não falava com ela.

– Então me dê o mesmo que a moça – disse André, rindo.

Enquanto outro funcionário preparava nosso pedido, peguei um jornal para ler. Havia o anúncio de um retiro espiritual para jovens.

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