segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Distúrbios do sono



Falar dormindo, roncar a noite toda ou simplesmente não dormir são apenas alguns dos problemas que afetam 40% da população de todo o mundo, calcula a Organização Mundial da Saúde


Uma noite maldormida compromete o bom funcionamento do organismo, torna o dia improdutivo, causa irritabilidade, cansaço e até mau humor. A dificuldade em dormir bem pode indicar problemas ligados ao sono, que vão desde a insônia até a comportamentos incomuns durante a noite, como o sonambulismo.

Mais comuns do que se imagina, esses distúrbios acometem 40% da população do planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Caracterizada pela dificuldade em adormecer ou permanecer dormindo, a insônia é a queixa mais frequente entre os pacientes com distúrbios do sono. Ronco, apneia – que acontece quando a respiração é interrompida diversas vezes durante o sono – e narcolepsia – diversos episódios de sono incontrolável durante o dia – também são queixas comuns.

“São muitas as causas: cansaço, irritação, pressão alta”, enumera a neurologista Andrea Bacelar, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS). O sono, diz ela, é um fenômeno involuntário e é vital para a qualidade de vida. “Passamos 1/3 das nossas vidas dormindo e isso é importante para restaurar todas as nossas funções vitais. Uma boa qualidade de sono é essencial para a saúde.”

Na avaliação da neurologista, os brasileiros ainda não têm o hábito de ir ao médico para relatar problemas ligados ao sono. Segundo estima a médica, apenas 15% das pessoas com algum desses tipos de alterações buscam orientação profissional.

Existem ainda outros distúrbios do sono, mas nem todos conhecidos pela maioria das pessoas. Alguns eventos relacionados com o sono são denominados de parassonias (manifestação noturna em forma de movimentos anormais como sonambulismo, sonilóquio e terror noturno). Nesses casos, o paciente desperta e não se lembra do episódio ocorrido.

“A pessoa tem comportamento que normalmente temos acordados, mas está dormindo. É um mistério na medicina”, afirma o neurologista Shigueo Yonekura, do Instituto de Medicina e Sono de Campinas, no interior paulista. “Não se sabe a causa efetiva, apenas os fatores que desencadeiam esses distúrbios, como estresse ou ansiedade.”


Yonekura explica que as parassonias são mais frequentes em crianças. “Não é uma doença, é uma alteração do sono, que costuma diminuir com o passar da idade. O tratamento deve ser feito apenas quando o distúrbio oferece algum tipo de perigo ao paciente”, esclarece.

Caminhar durante o sono é uma característica do sonambulismo, distúrbio de causas genéticas. No sonilóquio, a pessoa fala enquanto dorme. O terror noturno, por sua vez, é caracterizado por movimentos corporais violentos, agitação, gritos, gemidos, falta de ar, confusão e até fuga da cama ou do quarto durante o sono.

“No caso do terror noturno, é preciso um diagnóstico diferenciado, pois pode mimetizar uma epilepsia. Uma avaliação médica deve ser feita, assim como o exame de polissonografia, que vai identificar o tipo de distúrbio do sono e o tratamento”, explica a neurologista Andrea Bacelar.

Com esse exame, é possível acompanhar o paciente por meio de sensores responsáveis pelo registro da atividade cerebral, atividade dos músculos, movimento dos olhos, frequência cardíaca, respiração, oxigenação do sangue e posição corporal. Andrea Bacelar explica ainda que o exame pode ser feito por pessoas de todas as idades, inclusive recém-nascidos.

Os especialistas ouvidos pela reportagem concordam que hábitos diários podem contribuir para amenizar o problema e favorecer a boa qualidade do sono. Confira nesta página quais são os 10 mandamentos para ter uma noite de sono tranquila.

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