sábado, 9 de outubro de 2010

Ritmo jovem


Cada estilo musical tem características próprias, que podem refletir diretamente no comportamento daqueles que o apreciam. Não é tarefa das mais difíceis identificar, no meio da multidão, o adepto do reggae, do funk, do rock, do pop, do pagode, e assim por diante. Na adolescência tal distinção ainda é mais evidente, pois é nessa fase da vida que o jovem procura se diferenciar dos demais indivíduos, principalmente dos pais, como forma inconsciente de provar sua independência comportamental e intelectual. Buscar a identidade própria, para ele, é uma questão de autoafirmação, a corroboração de sua entrada na fase adulta. A forma mais fácil e acessível para que o jovem molde sua “nova personalidade”, obviamente, é a música, dada seu aspecto abrangente de propagar ideais e ditar estilos e comportamentos. Embora praticamente todos passem por essa necessidade de autoafirmação, a música pode exercer sobre os jovens boas ou más influências, mas ainda é muito difícil dizer com precisão o porquê de alguns seguirem a tendência negativa dela e outros não. A ciência ainda não tem explicação plausível e convincente para o fenômeno. O aspecto positivo pode ser visto na liberdade de expressão proporcionada pela música, na busca pela cultura, na sociabilidade, no estímulo dado para que se desenvolva discernimento de mundo, no aumento da autoestima, etc. Do mesmo modo, alguns aspectos da influência musical podem agir de modo inverso, incitando o jovem à violência, ao machismo, ao consumo de drogas e ao menosprezo pelos valores morais. Como se vê, a influência da música sobre o indivíduo pode assumir papéis opostos, como uma faca, capaz tanto de cortar o pão quanto a jugular. Apesar de menos evidente, é de bom senso considerar também a hipótese inversa da exposta acima, ou seja, a possibilidade de o comportamento juvenil influenciar o estilo musical. Segundo essa ótica, a música passa de modeladora de comportamento para simples espelho dele. Essa é, obviamente, a forma mais eficaz de ganhar adeptos e gerar lucros para o artista. E qualidade musical, neste caso, passar a ser algo totalmente renegado a segundo plano.

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