sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO TRATADOS COMO REIS


A vida de muitos animais de estimação não é mais a mesma de uma década atrás. Por mais incrível que pareça, as desigualdades sociais passaram também a existir no mundo animal. Nos Estados Unidos e no Brasil, por exemplo, há cada vez mais cachorros e outros bichinhos de estimação levando uma vida de luxo e muito glamour. Fazer um sofisticado tratamento em spa, freqüentar creches exclusivas e comprar em lojas de departamentos muito mais chiques que a dos humanos já é rotina para alguns deles. Design de moda para os animais de estimação também virou uma obrigação para qualquer grife de luxo que se preze.

O luxo canino pode parecer um exagero, mas o crescimento desse mercado no mundo ocidental é incontestável. Cerca de 60% dos lares americanos têm um animal de estimação: Lá, existem 78 milhões de gatos e 65 milhões de cachorros, de acordo com uma pesquisa da American Pet Products Manufacturers Association. Só nos Estados Unidos o mercado de ‘pets’ tem movimentado algo em torno de US$ 45 bilhões. Uma das vitrines da Gucci da Quinta Avenida, em Nova York, foi inteiramente dedicada a produtos para “cachorros de luxo”: Um pacote com cama e coleira sai por US$ 165. Há casacos por US$ 150, mas já estão esgotados. Mas você pode encontrar um prato para ração e pagar a simples bagatela de US$ 900, e existem outros acessórios não tão em conta.

Depois de feitas as compras, o animalzinho endinheirado pode pegar sua limusine e ir relaxar num spa cujos quartos são equipados com hidromassagem e aparelhos de TV que exibem filmes temáticos, como “A Dama e o Vagabundo” e “101 Dálmatas”.

No Brasil, um dos mercados mais promissores do globo, muitos pet shops já faturam bem mais que algumas das principais lojas de roupa para “humanos”. Em contrapartida, é assustador o número de crianças abandonadas diariamente pelas ruas desse mesmo país, crianças de que não tiveram a mesma sorte de alguns poodles ou yorkshires. Assistimos diariamente a um contingente crescente de crianças que mendigam, que enfrentam o trânsito e a violência ao aproximarem-se dos automóveis a fim de vender um saquinho de balas ou outro produto qualquer. Crianças que não sabem o que é comer, estudar ou brincar. Muitas delas fazem das ruas da cidade seu lar. Sem escola e desprovidas das condições básicas para viver com dignidade, essas crianças crescem à deriva do destino.

O difícil mesmo é imaginar que tudo isso poderia ser muito diferente. A culpa é de alguém? Afinal de contas, quem mandou nascer “ser humano”?

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