terça-feira, 28 de setembro de 2010

Criminosos e drogados


A entrada de jovens brasileiros para o mundo do crime vem ocorrendo cada vez mais cedo, e por isso o assunto tem sido motivo de preocupação e debate dentro da ONU, além de servir como matéria de capa para diversas publicações estrangeiras. Um estudo realizado por economistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que as grandes crises econômicas têm atuado diretamente para a crescente participação infanto-juvenil na criminalidade. O ingresso maciço de menores em atividades criminosas, por causa de quedas do salário real ou piora na distribuição de renda, explica quase todo o aumento dos homicídios nos Estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais desde os anos 80 até os dias atuais, conclui o estudo. “Durante os períodos de acentuada crise, é comum a taxa estadual de homicídios por 100 mil habitantes saltar mais de 200% em algumas áreas do País”, registra a pesquisa. Ao entrarem no crime, os adolescentes praticamente selam o seu destino: a grande maioria acaba sendo assassinada antes dos 30 anos. Outro dado dramático revelado pelo estudo é o fato de que os que sobrevivem quase nunca retornam à vida de estudo e trabalho honesto, mesmo quando a economia se recupera. Ainda em suas páginas, o relatório explica de forma amarga a queda do número de homicídios entre jovens e a consequente diminuição da criminalidade (ainda insatisfatória) verificadas nas principais capitais brasileiras nos últimos dez anos. “Essas ondas de violência vão caindo lentamente à medida que os jovens criminosos vão se matando uns aos outros. Portanto, a aparente queda da criminalidade entre esse grupo, na verdade, é o resultado do crescimento da violência ”. Segundo a Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, cerca de 70% dos menores que conseguem sobreviver a esse cenário acabam se tornando reincidentes, ou seja, voltam a cometer, com a mesma frequência, outros crimes depois de cumprir pena, provando que o sistema tutelar que os assistiram não foram capazes de cumprir o verdadeiro objetivo para o qual foram criados.

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