Juros para consumidor são altos porque falta concorrência
Os cinco maiores bancos do Brasil detém mais de 70% do total de ativos do setor no país
Do R7
Texto:
Apesar da melhora na economia brasileira e da diminuição da taxa básica do país, a Selic, os juros cobrados dos consumidores ainda são muito altos. Os últimos dados divulgados pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) revelam que o juro médio para pessoa física estava em 7,08% ao mês em agosto, o que representa uma taxa de 127,25% ao ano. Ao contrário do que se esperava, a queda dos juros para o consumidor não tem acompanhando o ritmo de redução da Selic. Segundo o presidente da Anefac, Miguel Oliveira, a taxa básica brasileira, atualmente em 8,75% ao ano, caiu 36,36% neste ano, até agosto, enquanto o juro para pessoa física recuou apenas 7,73%. - O brasileiro paga três vezes mais juros nas operações de crédito do que seria razoável. Na avaliação de Marcos Cintra, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a forte concentração bancária no Brasil e a falta de concorrência no setor impendem que os juros para os consumidores sejam menores. - No Brasil, não há muita diferença nos juros entre um banco e outro. Incluindo a compra da Nossa Caixa e do Votorantim pelo Banco do Brasil e a fusão do Itaú com o Unibanco, os cinco maiores bancos do país detêm mais de 70% do total de ativos do setor, segundo dados divulgados pelo Banco Central em junho. Os bancos, por sua vez, culpam a inadimplência. Rubens Sardenberg, economista da Febraban (que representa os bancos), ressalta que a inadimplência é responsável por cerca de 35% do juro cobrado dos consumidores. - Os impostos diretos e indiretos, os compulsórios [dinheiro que as instituições financeiras são obrigadas a depositar no Banco Central], os custos administrativos e o spread [diferença entre os juros que os bancos pagam para ter o dinheiro e a taxa que cobram do cliente na hora do empréstimo] são outras variáveis que pesam no juro para o consumidor.
Os cinco maiores bancos do Brasil detém mais de 70% do total de ativos do setor no país
Do R7
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Apesar da melhora na economia brasileira e da diminuição da taxa básica do país, a Selic, os juros cobrados dos consumidores ainda são muito altos. Os últimos dados divulgados pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) revelam que o juro médio para pessoa física estava em 7,08% ao mês em agosto, o que representa uma taxa de 127,25% ao ano. Ao contrário do que se esperava, a queda dos juros para o consumidor não tem acompanhando o ritmo de redução da Selic. Segundo o presidente da Anefac, Miguel Oliveira, a taxa básica brasileira, atualmente em 8,75% ao ano, caiu 36,36% neste ano, até agosto, enquanto o juro para pessoa física recuou apenas 7,73%. - O brasileiro paga três vezes mais juros nas operações de crédito do que seria razoável. Na avaliação de Marcos Cintra, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a forte concentração bancária no Brasil e a falta de concorrência no setor impendem que os juros para os consumidores sejam menores. - No Brasil, não há muita diferença nos juros entre um banco e outro. Incluindo a compra da Nossa Caixa e do Votorantim pelo Banco do Brasil e a fusão do Itaú com o Unibanco, os cinco maiores bancos do país detêm mais de 70% do total de ativos do setor, segundo dados divulgados pelo Banco Central em junho. Os bancos, por sua vez, culpam a inadimplência. Rubens Sardenberg, economista da Febraban (que representa os bancos), ressalta que a inadimplência é responsável por cerca de 35% do juro cobrado dos consumidores. - Os impostos diretos e indiretos, os compulsórios [dinheiro que as instituições financeiras são obrigadas a depositar no Banco Central], os custos administrativos e o spread [diferença entre os juros que os bancos pagam para ter o dinheiro e a taxa que cobram do cliente na hora do empréstimo] são outras variáveis que pesam no juro para o consumidor.
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