A indiana Laxmi Sargara, de 18 anos, conseguiu um feito,
até onde se sabe, inédito no país: anulou seu casamento, arranjado
quando ela era um bebê
Ela só
entendeu que já estava casada recentemente, quando seus sogros a
"exigiram". Tentou, em vão, apelar a seus pais para que cancelassem
tudo. O socorro veio de uma ONG (organização não governamental), que
trabalhou para convencer o cônjuge, no início reticente, a assinar uma
anulação.
O casamento
forçado não é exclusividade dos indianos. Segundo o Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), países em desenvolvimento têm mais de
60 milhões de mulheres que "se casam" na infância, antes dos 18 anos. A
instituição tenta prevenir novos casos com proteção e educação nas
unidades de assistência emergencial, como fez no Paquistão em dezembro,
após inundações na província de Sindh.
Entidades como
a Coalizão Internacional pela Saúde da Mulher alertam que, exatamente,
por isso, matrimônios combinados, sem consentimento dos menores, são uma
grave violação aos direitos humanos. Há riscos de saúde, como problemas
na gravidez e chance de contrair doenças sexualmente transmissíveis
(DST), além de complicações sociais e educacionais.
A prática é
condenada pela ONU, mas precisa ser combatida também nas regiões mais
ricas do mundo. A Grã-Bretanha divulgou pesquisa, realizada em 2011, que
revelou que nos 400 casamentos forçados descobertos foi encontrada até
uma criança de 5 anos.