A vida de Luana da Silva Rios, hoje com 22 anos, pode ser comparada à descida de um elevador sem freio do alto de um prédio de muitos andares. O drama da jovem começou quando ela tinha 16 anos e só terminou quando já estava com 20. Sem a orientação dos pais, de quem não tinha o mínimo respeito, Luana era carente de afeto, carinho e dignidade. Bebia demais, andava em más companhias, levava uma vida promíscua, namorava e tinha relações sexuais com quem acabara de conhecer, não tinha rumo, muito menos fé.
“Era uma jovem perturbada, com sérios problemas espirituais. Não conseguia dormir, era nervosa, arrogante, não tinha diálogo nem respeito com meus pais. Via vultos, ouvia vozes, não me dava bem com ninguém. Era orgulhosa, egoísta, arrogante e não conseguia perdoar. Buscava ser feliz nas baladas, na bebida e só me prejudicava. Não era feliz. Sem falar no desprezo que sentia pelos meus pais e irmãos”, lembra.
O elevador continuava descendo. Segundo ela, o vazio piorava a cada dia. Até no trabalho de auxiliar administrativa tinha problemas de relacionamento, embora fosse uma funcionária dedicada. Ela conta que muita gente ajudou a levá-la “para o fundo do poço”. Mas o pior ainda estava para acontecer.
“Era uma vida sem sentido. Em minha mente eu ouvia: ‘Se você se envolveu com tantos homens e não foi feliz, por que não procurar prazer com mulher?’ Não pensei duas vezes”, revela.
O elevador acabava de chegar ao fundo do poço. De nada adiantaram os conselhos da mãe e de quem ainda gostava de Luana, que retribuía qualquer gesto de solidariedade com agressividade ou indiferença.
“Dois meses depois de manter relações com mulheres, me senti suja e falava comigo que aquilo não fazia parte da educação que tive de meus pais. A dor foi muito grande. A angústia, maior ainda. Mas quando tudo parecia perdido, fui convidada para assistir a uma reunião no Força Jovem”, comenta.
A vida de Luana começava a dar sinais de recuperação. De condenado a perda total, o elevador dava sinais de que poderia voltar a funcionar normalmente.
“O cuidado, a palavra, o carinho que eles têm com o adolescente são muito bons. Abrem a visão de como agir diante de uma situação adversa. Aprendi a perdoar, a pedir desculpa. Não tinha humildade. Hoje, sou humilde até quando tenho razão. A cada dia aprendo algo diferente”, comenta.
A psicóloga Goreth Rodrigues destaca a necessidade de dar mais espaço para que o adolescente exponha e reflita sobre sua própria rebeldia. Em alguns casos, pode ser um bom momento para buscar ajuda psicológica.
“Em situações mais descontroladas, imponha alguns limites, esclarecendo ao adolescente que respeito, em qualquer relação, é fundamental. Por mais questionáveis que possam ser, regras existem em todas as famílias”, orienta.
Segundo a especialista, para que esses limites não sejam ultrapassados, é importante dar espaço ao adolescente para que expresse suas opiniões, carências e prazeres.
“Mais do que impor, é importante explicar. Apenas julgar e proibir não adianta. Tente fazê-lo enxergar que determinadas pessoas são más companhias”, orienta Goreth Rodrigues.
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