terça-feira, 30 de abril de 2013

SOCORRO EU PRECISO DE AJUDA


Vivendo como bicho

Crimes contra moradores de rua crescem a cada dia no País. Somente em Goiânia, 29 pessoas foram assassinadas nos últimos 8 meses



“Vi ontem um bicho na imundície do pátio, catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com voracidade. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.” O poema de Manuel Bandeira, da metade do século 20, retrata a atual e vergonhosa condição dos moradores em situação de rua, que sofrem a indiferença, o desrespeito e a discriminação da sociedade. Como se não bastasse essa degradação, diversos crimes no País estão chamando a atenção das autoridades. Em Goiânia, 29 moradores de rua já morreram assassinados, em 8 meses. A última vítima (até o fechamento desta edição) foi morta com golpes de faca no Setor Coimbra, no centro da cidade. Outras duas foram espancadas a pauladas até a morte no Setor Rodoviário. Uma das vítimas era uma criança de apenas 11 anos. De acordo com a polícia local, as ações covardes podem ser de responsabilidade de um grupo de extermínio. A ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, propõe transformar os casos em crime federal, sob o argumento de que há deficiência no trabalho das polícias que investigam os crimes, o que leva à falta de denúncias ao Ministério Público. Já em Minas Gerais, um skinhead, Antônio Donato Baudson Peret, de 24 anos, foi preso depois de postar foto dele na internet simulando enforcar um morador de rua na região centro-sul de Belo Horizonte. A imagem, chocante e humilhante, ajudou nas averiguações da Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos (Deicc), com apoio da Guarda Municipal de Americana (Gama).


A reportagem da Folha Universal acompanhou o grupo Anjos da Noite na capital paulista e viu de perto a situação dessas pessoas, numa noite fria, com os termômetros registrando 17 graus C. Todas as quintas-feiras o grupo sai para levar a palavra de Deus, fazer orações e entregar centenas de marmitex aos moradores, levando o alimento para o corpo e para a alma. O obreiro Luciano da Rocha, de 41 anos – um dos responsáveis pelo trabalho em São Paulo, que reúne cerca de 50 voluntários da Universal –, conta que um dos maiores problemas que essa população sofre é a violência. “Hoje em dia, tem muitos moradores que dormem com uma faca por perto, porque não sabem o que pode acontecer durante a madrugada. Eles estão com medo de serem assassinados a qualquer momento”, declara Luciano.




A maioria dos moradores está acomodada com a situação e, em um primeiro momento, não aceita ajuda. Mas Luciano explica que os trabalhos sociais, como o dos Anjos da Noite, servem para mudar a visão dessas pessoas. “Ajudamos o morador de rua a repensar, a tirar documentos, arrumar emprego e se reinserir na socidade”.


Ana Paula Raffi, de 30 anos, mora numa praça com sua mãe, Sandra Raffi, de 50 anos, e cerca de outros 40 moradores na mesma condição e à beira da Avenida dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo. “Eu apanhei anteontem do meu ex-marido, que também é morador de rua. Ele me deu uma rasteira e me agrediu”, contou Ana. Com o rosto inchado e com o olho roxo, ela revelou sua verdadeira dor: “Eu nem lembrava se estava doendo, porque isso aqui (apontando para o rosto) vai passar já, já. O que dói é o coração. Esse, sim, demora para sarar”.




Essa dor, todos carregam. Excluídos e desprezados, cada um tem seus motivos para estar na rua.


Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o alcoolismo é o fator que motiva 35,5% pessoas a morarem na rua. O desemprego representa 29,8% das causas e as desavenças com familiares, 29,1%. Os números fazem parte da Pesquisa Nacional sobre População em Situação de Rua, realizada em parceria com a Unesco.


De volta às ruas há apenas quatro dias, Alisson Vicente, de 28 anos, alcoólatra, mora com outros cinco na região do Largo 13 de Maio, na zona sul paulistana, local rodeado de comércio. “Eles (comerciantes) não gostam, têm medo da gente, mas nunca tive problemas”, conta. “Fiquei 2 anos nas ruas e cheguei a ser internado para tratamento por 7 meses, mas voltei”, lembra Alisson.




A reportagem conversou com Zilda Leonarda, de 37 anos, visivelmente inquieta, que disse trabalhar como diarista. Ao lado dela, duas mulheres trocavam um cachimbo para consumo de crack. “Tenho mais três filhos que moram com a minha mãe em Marília (interior de São Paulo)”, conta ela. Apesar de toda condição adversa, Zilda ainda garantiu que tinha uma Bíblia guardada, mas não a encontrou entre suas coisas. A aparente confusão mental dava lugar a instantes de coerência. “Eu vou sair dessa vida. Logo mais vou dormir na casa da minha patroa”, garantiu Zilda.


A poucos quilômetros dali, um personagem parece viver em um mundo à parte de todos os outros. Também pudera, com o nome de Jesus Silva Ribeiro, o idoso era só sorriso com a chegada da equipe dos Anjos da Noite. Ele ofereceu café a quem se aproximava e fez questão de mostrar que era saudável ao levantar a camisa. “Veja, não tenho nenhuma ferida, machucado, nada!”


Orgulhoso, ainda brincou com sua generosa barba. “É grande, né? Guardo tudo aqui, até talheres.” Jesus é obediente e, pelo que se percebe, por isso vive sem grandes ameaças. “Se os policiais pedem pra eu sair, eu saio. À noite durmo aqui, em frente a este comércio, mas quando acordo eu tenho que sair, porque ninguém gosta de um mendigo na sua porta”. Enquanto Jesus continua seguindo a “regra da rua” e contando com a sorte, vale lembrar que muitos casos de mortes ou desrespeito acontecem entre os próprios moradores, normalmente por inimigos ou envolvimento com tráfico.




O obreiro Luciano destaca que os moradores de rua vivem em um cenário desolador, de violência brutal e vícios. “O crack é o que mais detona com essas pessoas, que vão se deteriorando e ficam alucinadas sob o efeito da droga. Por isso, existe muito desentendimento entre elas”, diz ele.


Para a secretária executiva do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, Carolina Ferro, a culpa não é só dos políticos ou da ação de gangues. “Não importa quem puxa o gatilho para matar um morador em situação de rua. Quem os mata é a sociedade, uma vez que a política é reflexo da nossa sociedade.”


Em 2012, a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo retirou moradores de rua que ficavam embaixo do Elevado Costa e Silva e os encaminhou para postos de saúde ou abrigos, como o espaço de convivência, na região central. “Para mim, isso é uma camuflagem do problema”, comenta Carolina. “Temos 9 mil vagas nos albergues da cidade, mas são pelo menos 15 mil pessoas em situação de rua. Seis mil pessoas não têm nenhuma opção para dormir naquela noite! Além disso, os serviços são precários e alguns albergues violam os direitos humanos”, ressalta.




Ainda de acordo com o levantamento do MDS, cerca de 50 mil adultos vivem nesta triste condição pelas ruas do Brasil. “Com o tempo, a gente mostra nosso trabalho e ganha a confiança para propor uma transformação”, explica Luciano.


É preciso fazê-los ver que há solução e que não adianta se acomodar. “Ninguém nasceu para sofrer e não podemos acreditar que alguém nos criou para passar por isso, para sofrer. As pessoas que moram na rua são pessoas, como outras. A gente mostra que elas são mais fortes do que a situação em que estão”, argumenta.


Dona Deuza Coutinho é prova disso. Nascida no Maranhão, morou 2 anos nas ruas de São Paulo. “Convivi com mendigos que comiam restos de comida do lixo”. Ela pediu ajuda numa Universal e um pastor lhe disse: “A senhora vai trabalhar e fazer um sacrifício”. Mediante aquelas palavras – trabalho e sacrifício –, Dona Deuza foi em busca de emprego. Depois do primeiro “não”, foi insistente e conseguiu uma colocação no segundo dia. “Cada dia que voltava para trabalhar, tinha desejo de vencer e não esquecia das palavras ‘trabalho e sacrifício’. Não saí do sertão para ser mendiga aqui.” Hoje, Deuza investiu no seu sonho de montar um salão de beleza e prova que, mesmo quando tudo parece perdido, é possível recuperar sua própria humanidade















Conversamos com estas pessoas e tivemos conhecimento de suas vidas do passado, tinham famílias , emprego púbico etc.Devido aos problemas não tiveram forças para vence-los, foram derrotados moram na rua, eles querem 
a nossa ajuda.


































Aconteceu neste domingo uma ação organizada pelo Pr Geraldo Vilhena e voluntários da IURD com prestação de serviços de corte de cabelo, barba para moradores de rua no bairro do Brás.Os voluntários sairam pelo bairro informando sobre os serviços prestados e convidaram à todos. Surpresa para os moradores de rua que também receberam sucos variados, lanches de presunto, hot dog e canjica. A felicidade transparecia no rosto daqueles moradores e um deles ficou emocionado com tal gesto de carinho. A falta de esperança, perspectivas de futuro, afeto e abandonados pela sociedade fazem com que estas pessoas não acreditem em amor ao próximo. Pois a nossa sociedade somente oferece este tipo de ajuda em momentos específicos como: eleição, natal, etc.Os voluntários da IURD juntamente com o Pr Geraldo Vilhena conseguiram com esta atitude provar para estes moradores de rua os seus valores e que possuem direitos como qualquer cidadão.

Um dia evangelizando na frente da Fundação Casa, em favor das famílias dos internos, o Senhor Jesus me mostrou a necessidade dos moradores de rua . Então, resolvemos ajudá-los na parte social e espiritual e os resultados pode ser observado no ANTES e DEPOIS.Falou o Pastor Geraldo Vilhena ,Coordenador de evangelização nas unidades da Fundação Casa de São Paulo, em entrevista para o blog IURD NA FUNDAÇÃO CASA.





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