terça-feira, 28 de julho de 2009

MUNDO CÃO NOS PORTOS BRASILEIROS.

'MUNDO CÃO' NOS PORTOS BRASILEIROS:AS AUTORIDADES FECHAM OS OLHOS PARA O PROBLEMA OU O COMBATEM DE FORMA INEFICAZ? O porto de Santos foi inaugurado em 2 de fevereiro de 1892, quando a então Companhia Docas de Santos (CDS) entregou à navegação mundial os primeiros 260 metros de cais, numa área hoje denominada Valongo. A partir daí, a cidade experimentou um rápido crescimento populacional e tecnológico, o que lhe conferiu importância reconhecida internacionalmente. Hoje em dia, o Porto de Santos movimenta, por ano, cerca de 90 milhões de toneladas de cargas diversas, número inimaginável em 1892, quando operou meras 125 mil toneladas. Com 12 quilômetros de cais, entre as duas margens do estuário de Santos, o porto entrou em nova fase de exploração, consequência da Lei 8.630/93, que prevê arrendamento de áreas e instalações à iniciativa privada, mediante licitações públicas. Desta forma, o porto santista se consagrou como o maior e mais importante de toda a América Latina. Mas se por um lado o porto santista é motivo de orgulho para muitos, por outro revela um triste cenário de abandono e degradação social. A área, hoje, é mundialmente conhecida pela proliferação do crime organizado. Se analisados os principais portos do planeta, se verificará que é no de Santos onde o roubo de cargas, por exemplo, é mais fácil de ser praticado. Nos últimos anos, o tráfico de drogas, contrabando e prostituição ganharam força e se instalaram solidamente. De acordo com os estivadores e a Polícia Federal, ali são roubados e desviados grande número de contêineres com armas, computadores, aparelhos de som e objetos diversos. A maioria dos roubos nem chega a ser registrada. “Esses crimes são praticados pelos chamados piratas, ladrões audaciosos e aventureiros que atacam navios, retiram a carga valiosa e somem misteriosamente a bordo de barcos modernos e velozes”, explica um agente da PF. Os estivadores confirmam a situação de perigo e abandono vivida no porto. Para eles, “o porto tornou-se terra de ninguém. Se quiser, qualquer pessoa pode entrar ou sair do cais, de armazéns e terminais ou ainda invadir navios sem ser barrado ou revistado”. A razão principal apontada pelos próprios trabalhadores para a facilidade dos roubos e demais crimes é o fato de a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), empresa que administra o porto, ter diminuído o contingente de guardas para garantir a fiscalização. “Eles já chegaram a um total superior a 700. Hoje, são bem menos que 150”, diz um estivador.

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